Web novela: Por trás das lentes - capítulo 31


Capítulo 31


Redação da revista (noite)



Alberto passou o dia bastante agitado se perguntado se fizera bem em romper o relacionamento com Samira. Com a sociedade, sabia ter tomado a decisão certa, não suportava mais os desmandos de João.


Pega o telefone e liga pra Samira: 

Samira - O que você quer (atendeu irritada ao ver o número de Alberto no celular)?


Alberto - Conversar, senti sua falta.


Samira percebendo que ele estava arrependido diminuiu o tom.


Alberto - Podemos tomar um chá como bons amigos?


Samira - Podemos, eu também senti sua falta, se quer realmente abrir mão do meu amor, terei que aceitar pelo menos sua amizade. Para ficar um pouquinho perto de você sou capaz de tudo.


Alberto fica com os olhos úmidos.


Alberto - Não quero prejudicar Gustavo.


Samira - Nem eu, tudo o que planejei foi por estar cega de paixão, fiquei imaginando minha vida ao seu lado para sempre longe daqui. 

Alberto - Mesmo? 

Samira - Mesmo, é bom que saiba que queimei aquela procuração, nunca seria capaz de apunhalar Gustavo apesar de tudo..... 

Alberto - A pesar de quê? 

Samira - Vamos falar desse assunto quando tomarmos o chá que me convidou. 


Alberto - Está bem.


Samira - Meu amor, obrigada por me deixar ouvir a tua voz, hoje dormirei mais leve. Eu te amo e não tenho culpa por te amar.


Alberto - Durma bem (desliga).


Alberto pegou as chaves em cima da mesa, fechou a sala e saiu sentindo-se renovado.


Parma Itália 

Um empregado da queijaria corre a procura de Catôro. 

-Patrão, tem um homem na casa lhe esperando. Não o conheço, disse que veio a mando de Nero.


Catôro saiu rápido em direção a casa, nunca fornecia o endereço nem jamais tratava de certos negócios em seu território particular.

Entrando em casa o homem estava na varanda lendo jornal.


Catôro - Então cavalheiro, aqui estou. 

O homem levantou-se da cadeira de palha em que estava sentado e estendeu a mão.

Homem - Eu também. 

Catôro - Quem é você para vir em minha casa? 

Homem - Sou Nero, não está me reconhecendo?


Catôro observou melhor o homem. De fato tinha algo familiar no rosto e também na voz.
 

O homem sorriu diante da expressão de Catôro e começou a remover o disfarce. Tirou os óculos, a peruca e puxou uma espécie de segunda pele como uma máscara com traços de pessoa um pouco mais velha.

Nero - Veja, sou eu. 

Catôro - Impressionante, nem parece artificial. 

Nero - Tenho ótimos artistas, e fica ainda melhor. 

Catôro- Vamos entrar. 

Os dois entraram na casa e beberam vinho servido por um empregado de confiança.

Catôro - O que quer aqui, como conseguiu meu endereço? 

Nero - Calma homem, você pode ir ao meu imóvel, eu posso vir a sua casa. 

Catôro - É diferente. 

Nero - Confiança é importante, lembra? 

Catôro - Vamos ao que interessa. 

Nero - Vim pessoalmente para dizer que fecho negócio.

Catôro - Poderia enviar uma mensagem ou telefonar. 

Nero - Gosto de olhar nos olhos de quem negocia comigo. 

Catôro - Não foi o que aconteceu das outras vezes. 

Nero - Primeiro, eu estava muito ocupado em outo país, segundo; fizemos boas compras, já estava na hora de nos conhecermos. Pelo menos da minha parte, pretendo continuar sendo um bom comprador de sua mercadoria a menos que queira outro. 

Catôro - Muito bem, vamos acertar os detalhes. 

Puseram-se a discutir a negociação. Com tudo acertado, Nero se despediu, não sem antes repor o disfarce. 



(continua no próximo capítulo)


por Silvia Baptista






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