Capítulo 28
Residência dos Palhares (tarde)
Samira prepara uma lista com o nome das amigas mais próximas do clube, mas primeiro telefona para João que está no grupo.
Samira - Meu filho, venha pra casa mais cedo.
João - O que há com você?
Samira - Estou me sentindo muito só.....(começa a chorar)
João - Mamãe, não chore, fale comigo.
Samira - Meu filhinho, seu pai tem outra.
João - Você deve estar enganada, papai está muito feliz, eu vi como te olhou naquele dia.
Samira - Também pensei, ele pareceu tão verdadeiro....., reacendeu a paixão em mim.
João - Mamãe, não tire conclusões precipitadas, tem alguma prova de que ele tem um caso?
Samira - Nem preciso, eu sei, perdeu o interesse por mim. Logo eu, que sempre fui dedicada e fiel, nunca me envolvi nos negócios, sempre o deixei tomar todas as decisões. João, só o seu amor é verdadeiro por mim.
João - Vou pra casa agora, se acalme.
Samira - Não filho, se puder me receber, prefiro ir pra aí. É um assunto muito delicado, não quero falar em casa ele pode nos ouvir.
João - Tá estou te esperando.
João desliga o telefone e fica pensativo, uma separação deixaria sua mãe muito infeliz.
Samira também desligou, estalou os dedos e sorriu:
- Alberto querido, você nem imagina que sem querer me deu novas ideias. Antes era um verdadeiro urso polar, agora essa impotência temporária irá me favorecer. Sei que ainda me ama, tudo o que sentiu provavelmente foi pressão de algum grande negócio em vista. O comportamento descompromissado de João com as mulheres e o tudo mais. Melhor para mim, agora posso não ter uma procuração, mas terei João como aliado.
Edifício no Catete (tarde)
Judith troca o cartão de memória da máquina fotográfica para armazenar as fotos em segurança, veste um vestido tubinho preto, bolsa também preta com detalhes branco e um par de sapatos scarpin. Sai do apartamento, pega o carro que alugou na garagem do prédio e sai em direção ao grupo empresarial.
Judith - Melhor estar pronta pra tudo.
Para do outro lado da rua em um lugar estratégico para ver o movimento de saída do estacionamento.
Samira entra no estacionamento com o carro guiado pelo motorista, antes de sair de casa, passou uma pasta em volta dos olhos para irrita-los um pouco e transparecer o sofrimento. Escolheu óculos escuros bem grande.
João abriu a porta para receber a mãe em sua sala, ela o abraçou e foi conduzida a sentar-se no sofá.
Samira - Meu filho (falou tirando os óculos) desculpe lhe trazer um assunto tão desagradável.
João - Mãe, eu estou aqui e sempre estarei (fala consternado com o estado dela). Não permitirei que ninguém te magoe, nem mesmo papai. Pelo que vejo chorou muito.
Samira - Prefiro chorar sozinha a vê-lo triste com seu pai, ele não suportaria.
João - Conte-me tudo, eu decido se ficarei bravo ou triste.
Samira - Fiz uma surpresa para Gustavo, depois de tanto amor, quis retribuir e reservei entradas para o balé e uma suíte em um hotel para uma noite romântica. Pedi que preparassem lagostas para o jantar que ele tanto gosta, pensei nos mínimos detalhes mas acho que estraguei tudo, nem tenho mais lágrimas para chorar.
João sentiu dó da mãe e fechou as mãos tentando conter a raiva.
João - Mamãe, você fez o melhor, tenho certeza, mas o que te levou a acreditar que ele tem uma amante?
Samira - Ah João, sinto até vergonha de te contar, só conto para não estourar.
João - Fale de uma vez (fica impaciente)
Samira percebeu que o filho já estava tenso o suficiente e contou a sua versão:
- Seu pai convidou um casal que não conheço para ir ao teatro, mas eles não foram e, no hotel me rejeitou.
João - Você tentou contornar?
Samira - Claro, dancei pra ele e tudo o mais que uma mulher deve fazer para alegrar seu marido, mas na hora daquelas coisas ele me chamou por outro nome e disse que sou uma vaca.
João - Cretino!
Samira - Prometa que nunca contará essa nossa conversa para o seu pai, eu morreria de vergonha.
João - Deixe comigo, nada direi a ele mas não permitirei que entregue o patrimônio da nossa família a qualquer vadia.
(continua no próximo capítulo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário